Quero começar irrigação de pasto. Quantas vacas posso lotar no piquete?

Criador do norte de MG pretende implantar 3 hectares de Mombaça e quer dar início ao rotacionado; agrônomo diz que lotação deve aumentar gradativamente

Quantas vacas manter por hectare de pastejo irrigado rotacionado?”, perguntou o pecuarista Adílson Lopes, de Janaúba, norte de MG. Na região, conforme explicou o criador, a temperatura pode passar dos 30º C no verão e, no inverno, chegar aos 15º C. O criador explicou ainda que o tamanho da área é de cerca de três hectares e a forrageira escolhida é Mombaça.

Quem atendeu o produtor foi Wagner Pires, engenheiro agrônomo, pós-graduado em pastagens pela Esalq-USP e consultor do Circuito da Pecuária.

“Normalmente, quando você implanta um rotacionado e faz irrigação, no primeiro ano a gente recomenda que você não dê o máximo de pisoteio e de carga que a planta até aguentaria. Por quê? Porque ela não está estruturada ainda, com um sistema radicular suficiente para aguentar esse manejo, essa carga mais intensa”, recomendou.

“No primeiro ano, a gente normalmente administra uma carga na faixa de três a quatro unidades animais, chegando até cinco UA/ha. A partir do segundo ano, quando a planta já se estabilizou, já tem um sistema radicular mais profundo, está estruturada, tem tecido de reserva, aí você pode intensificar mais”, anunciou.

Entretanto, o teto desse aumento gradativo da lotação vai depender da fertilidade do solo em que está a forrageira, neste caso, Mombaça. “Mas isso vai depender dos níveis de fertilidade que você pretende trabalhar. Como é que está a fertilidade do seu solo? Se ela estiver boa, você pode chegar a dez, 12 (UA/ha). Eu tenho área irrigada hoje em Alagoas que nós estamos planejando agora para esse ano atingir 13 a 15 UA/ha. Lembrando que uma unidade animal é um animal de 450 kg. O ano passado a gente estava beirando as 10 UA/ha. Então veja você que essa é a média. Nós estamos indo já para o terceiro ano do sistema rotacionado, que está irrigado”, calculou.

“Mas veja bem, nós trabalhamos adubação com muita seriedade, com análise de solo, dando o máximo que a planta precisa para que a gente consiga tirar um alto retorno”, concluiu.

Leia também:

+ Nem adubação, nem herbicida: saiba qual o primeiro passo para intensificar o uso de suas pastagens

+ No Piauí, pecuarista encomenda “chuva” pelo celular

+ Fábrica de ração e pasto irrigado: pecuarista mostra o que é que a Bahia tem!

Se você tiver dúvidas a respeito de manejo de pastagens, envie sua pergunta para o especialista no link do Whatsapp do Giro do Boi, pelo número (11) 9 5637 6922 ou ainda pelo e-mail [email protected].

Confira na íntegra a resposta de Wagner Pires ao criador mineiro:

Foto: Reprodução / Embrapa